Palavras Limpas

Porque a poesia pertence aos que precisam dela

09 julho 2008

Abaixo a ditadura da estética

A ditadura da estética não bate, não tortura o corpo físico, mas vicia a mente.
Ela faz com que uma simples imagem possa parecer uma propaganda, um ideal de consumo, ou um ato transgressor. E na contramão disso, o que é a pixação senão a publicidade anti-autoritária?
A pixação agride para mostrar que além dos out-doors não há nada além da ilusão... embora seja para os out-doors que sempre olhamos, e sorrimos.

Consumismo desenfreado, mundo hostil, globalitarismo. Quem se importa para o que é considerado socialmente "correto"? Não há mais contrato social, estão todos mergulhados na individualidade de conseguir, de crescer, de desenvolver. Desenvolver pra onde? Assim fecha-se o ciclo, e o homem no meio de tudo: entre os espaços privatizados do campo e da cidade.

Se a tal da "arte" não é capaz de criar novos territórios, novas linguagens, novas idéias, novas utopias ou novos paradigmas, quem irá fazê-lo? Não será a publicidade. Não espere que a revolução irá passar num canal de televisão, com cobertura 24 horas aos domingos, transmitida como um belo espetáculo, indicado para toda a família... A REVOLUÇÃO NÃO PASSARÁ NA TV.

Os gestos dos pixadores são como os gestos de Leonardo da Vinci, embora as obras do último tenham se tornado artigos de luxo, para gozo da elite, a qual insiste em reiterar os valores da "verdadeira arte".




12 janeiro 2008

A Arte Proibida

20 dezembro 2007

foda-se o Natal

06 dezembro 2007

entre pela porta da frente
- ó dama do meu ser
e aproprie-se de tudo
o que pode ser vida

despedaça-me inteiro,
meu tempo e meu sonho
pois o fetiche de possui-la
é bem maior do que meu ser

ó, Mercadoria!

04 novembro 2007

Deitados

Até que aquela folha caia da jaboticabeira
Não vou sair do seu colo,
Ninha.


E quando a folha cair
Sobre o chão que nos guia
Eu lhe darei um beijo


Sem tempo de acabar
(a não ser que a chuva apareça);
e molhe a nossa roupa.

28 setembro 2007

princípio bastardo

a cada um segundo
as suas falsas necessidades

20 setembro 2007

O pós-Bem

Estamos quase em 2008 e tem gente afirmando que podemos nem chegar a 2050. A constante degradação do meio ambiente é o que anuncia esse “apocalipse”; tsunamis, aquecimento global, a questão da água, etc, são conseqüências diretas da intervenção gananciosa do homem no meio ambiente.


É por isso que estamos num momento da História em que devemos ampliar, cada vez mais, os horizontes de nossas percepções, e reconhecer nossa parcela de culpa na destruição do mundo. O homem do século XXI deve saber que é possível viver em harmonia com a natureza. Isso começa pela reconstrução imediata do Homemulher; no ensino de valores nobres, como a Paz, a Liberdade, o Amor, a Sinceridade, a Humildade, o Bem-Comum, a Solidariedade.


Esses valores, exercidos no dia-a-dia, geram relações mais sinceras e saudáveis. Mais que isso: é a forma mais concreta e direta de melhorar o mundo, por isso a mudança começa nas situações do próprio cotidiano. Se hoje não temos esses valores bem arraigados, é porque algo está errado, inclusive algumas verdades absolutas que foram passadas para nós. O caminho da reconstrução do mundo passa pela reconstrução dos Valores, do Homem e da Mulher; e seu início está na reforma da maneira de pensar.


O primeiro passo na Revolução do Pensamento é o mais difícil: reconhecer e abdicar certos privilégios. Pode ser difícil, mas não mata. Muitas vezes, renunciar aos privilégios significa agir em prol do bem-comum. Um exemplo: Sabe por que o muleque-sem-tênis não pensa duas vezes em tomar o Nike do muleque-de-tenis? A Nike terceiriza sua produção para empresas do mundo subdesenvolvido (México, Indonésia). Nesses países, o trabalhador é explorado com longas jornadas de trabalho, muitas vezes sem direitos trabalhistas e baixos salários. O muleque-sem-tênis sabe disso? Claro que não, mas o Tênis sabe... Eis a Globalização. Já a Nike, dentro da Lei ela está isenta de culpa, e com sutileza, esconde isso do consumidor.


Somos vítimas da propaganda. Esse deslumbre por Marcas & Rótulos, torna-se uma insanidade à medida em que afasta o homem de relações sociais mais profundas. Somos seduzidos dia-a-dia pelo marketing, por meias-verdades, por lixo cultural; mas mal temos tempo para refletir que tudo isso trata-se de um suborno à nossa natureza e ao nosso respeito.


Então, a renúncia aos privilégios é a resposta para todo esse circo armado, pois hoje a desigualdade social está presente, inclusive, naquilo que consumimos. Tudo bem, até pode ser que a Nike patrocine ONG’s, campanhas pela paz, eventos esportivos; mas não temos mais tempo para Boas Ações Pela Metade.


O pós-Bem é o resultado dessa Revolução do Pensamento. É o ser-humano em contato com o ser-humano, é o rompimento com verdades absolutas. No pós-Bem, não basta apenas doar o pão. Não basta apenas votar. Não basta apenas ser educado. Não basta apenas pedir a Deus. É preciso tudo isso, e além: tirar o Nike, o carro, as etiquetas, as vaidades, o luxo, o privilégio, o saldo bancário, o lucro, o consumismo exagerado e o egoísmo do pé. É trocar o shopping de rio preto por uma volta na praça, por exemplo.


Pois, no fim de tudo, o pós-Bem é o exercício pleno e irrestrito da Solidariedade; revista e ampliada.